sexta-feira, 10 de junho de 2011

No Terço de Seu Nicolau












Quem foi que soltou o peido

No Terço de Seu Nicolau

Que abalou sete girau

Um porco morreu azedo

Era tarde e ficou cedo

Logo o mundo ficou azul

Sentiu-se um bafo de cu

Oh Pita, soltastes o peido?


No meio desse povaréu

Só quem tem cu sou eu?

Vamos procurar o fariseu

E foi esse tal de Pamonha!

É um cara sem vergonha

Que está ali de chapéu

Vou assim tirar-lhe o véu

E armar um escarcéu!


Na casa de Seu Nicolau

Era terço do mês de Maio

Pamonha num cavalo Baio

Chegou com pouco alvoroço

Tinha pendurada ao pescoço

Uma corrente de aço forjado

Com um pingente afamado

Daquele feito em Portugal


Nisso começou logo a briga

De Pita com Seu Pamonha

Se fosse uma terra estranha

Nem dava pra acreditar

E não precisava apartar

Ouviu-se outro peido alto

Dizia-se arte dum gaiato

Acostumado a fazer briga.


Chega logo, vem salvar!

Grita Dona Menininha

Arreda dessa cozinha

Ora, tu só pensas em comer

Nicolau sai pra ouvir e ver

A reclamação da mulher

Com um prato e a colher

Sem nem pensar em ajudar


Menininha sai pelo oitão

Com Zulmirinha e Sinforosa

Suas duas filhas mimosas

No meio da multidão

De arma só o terço na mão

Pediu com benevolência

Um pouco de paciência

Para terminar a questão


Quero ver todos a rezar

Nesse derradeiro de maio

Eu digo daqui não saio

Quem sai fora é o peidão

Logo vem ai o São João

Começo com Santo Antonio

Vou me juntar com Apolônio

E mandar Nicolau andar