terça-feira, 12 de julho de 2011

A Noite Nupcial (Autor Desconhecido)

Comentário de Mundinho Fulô (do Bico Doce) sobre a Poesia de Olavo Bilac "Delírio" no Jornal da Besta Fubana


Pálida, tímida, angelical, u’a rosa
Desprende a roupa devagar enquanto
Os peitos surgem e u’a mão nervosa
Abre a braguilha: um caralho e tanto!

A luz é clara, a claridade e tudo
Falam de coisa nunca vista outrora
O homem chega de porrete ossudo
Mais um cabaço que se vai embora

E ela fala, e geme, e chora, e grita
A virgem noiva, excitada e aflita
Diz: meu marido, meta mais e mais!

A vida é feita assim, minha querida
O mundo tem que mulher fudida
Fazendo inveja ao Padre Antonio Tomás


Noite de núpcias


Padre Antonio Tomás



Noite de gozo, noite de delícias,
Aquela em que a noiva carinhosa,
Vai do seu noivo receber carícias
No leito sobre a colcha cor de rosa.

Sonha acordada coisa fictícias,
Volvendo-se sobre o leito voluptuosa,
E o anjo de amor e de carícias
Fecha a cortina tênue e vaporosa.

Ouvem-se beijos tímidos, ardentes,
Por baixo da cortina assim velada,
Em suspiros tristes e dolentes.

Se fitássemos a noiva agora exangue,
Vê-la-íamos bem triste e descorda
E o leito nupcial banhado em sangue.



DELÍRIO - Olavo Bilac

Nua, mas para o amor não cabe o pejo
Na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frêmitos carnais, ela dizia:
– Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!

Na inconsciência bruta do meu desejo
Fremente, a minha boca obedecia,
E os seus seios, tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.

Em suspiros de gozos infinitos
Disse-me ela, ainda quase em grito:
– Mais abaixo, meu bem! – num frenesi.

No seu ventre pousei a minha boca,
– Mais abaixo, meu bem! – disse ela, louca,
Moralistas, perdoai! Obedeci…