quinta-feira, 11 de maio de 2023

A Janela Indiscreta

 

A Janela Indiscreta

Severino Fidelis de Moura

 

Naquela janela indiscreta

Por causa do esquecimento.

Depois de um banho arrojado

Na lembrança do talento

Esqueceu de vestir a calcinha

Para cobrir o tormento

 

Correu para o parapeito

Para ver o palhaço do Circo

Que andava de carruagem

Em propaganda para isso

Porém errou a janela

Foi para varanda de risco

 

Parou palhaço e o povão

Para ver a coisa arrojada

Ficaram olhando para cima

Para aquela bela papada

Uns diziam: que bicho é?

Outros diziam: é uma vaca

 

Pessoas que ali passavam

Ficaram tão extasiadas!

Por tão breve a aparição

Foram longas as suspiradas!

A jovem é talentosa!

Merece umas palmadas!

 

Logo a moça se deu conta

Com aquela trapalhada

Segurou a saia nas pernas

Esqueceu as caçoadas

Foi cuidar de se vestir

E cobrir a peça raspada