A Janela Indiscreta
Severino Fidelis de Moura
Naquela janela indiscreta
Por causa do esquecimento.
Depois de um banho arrojado
Na lembrança do talento
Esqueceu de vestir a calcinha
Para cobrir o tormento
Correu para o parapeito
Para ver o palhaço do Circo
Que andava de carruagem
Em propaganda para isso
Porém errou a janela
Foi para varanda de risco
Parou palhaço e o povão
Para ver a coisa arrojada
Ficaram olhando para cima
Para aquela bela papada
Uns diziam: que bicho é?
Outros diziam: é uma vaca
Pessoas que ali passavam
Ficaram tão extasiadas!
Por tão breve a aparição
Foram longas as suspiradas!
A jovem é talentosa!
Merece umas palmadas!
Logo a moça se deu conta
Com aquela trapalhada
Segurou a saia nas pernas
Esqueceu as caçoadas
Foi cuidar de se vestir
E cobrir a peça raspada
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