Comentário de Mundinho Fulô (do Bico Doce) sobre a Poesia de Olavo Bilac "Delírio" no Jornal da Besta Fubana
19 setembro 2009 às 14:05
Pálida, tímida, angelical, u’a rosa
Desprende a roupa devagar enquanto
Os peitos surgem e u’a mão nervosa
Abre a braguilha: um caralho e tanto!
A luz é clara, a claridade e tudo
Falam de coisa nunca vista outrora
O homem chega de porrete ossudo
Mais um cabaço que se vai embora
E ela fala, e geme, e chora, e grita
A virgem noiva, excitada e aflita
Diz: meu marido, meta mais e mais!
A vida é feita assim, minha querida
O mundo tem que mulher fudida
Fazendo inveja ao Padre Antonio Tomás
Noite de núpcias
Padre Antonio Tomás
Noite de gozo, noite de delícias,
Aquela em que a noiva carinhosa,
Vai do seu noivo receber carícias
No leito sobre a colcha cor de rosa.
Sonha acordada coisa fictícias,
Volvendo-se sobre o leito voluptuosa,
E o anjo de amor e de carícias
Fecha a cortina tênue e vaporosa.
Ouvem-se beijos tímidos, ardentes,
Por baixo da cortina assim velada,
Em suspiros tristes e dolentes.
Se fitássemos a noiva agora exangue,
Vê-la-íamos bem triste e descorda
E o leito nupcial banhado em sangue.
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